Vê-se que para a mulher tupi a vida de
casada era de contínuo trabalho: com os filhos, com o marido, com a cozinha,
com os roçados. Isto sem esquecermos as indústrias domésticas a seu cargo, o
suprimento d’água e o transporte de fardos. Mesmo grávida a mulher índia
mantinha-se ativa dentro e fora de casa, apenas deixando de carregar às costas
os volumes extremamente pesados . Mãe,
acrescentava às suas muitas funções a de tornar-se uma espécie de berço
ambulante da criança; de amamentá-la, às
vezes até aos sete anos; de lavá-la; de ensinar as meninas a fiar algodão e a
preparar a comida.
E
eram trabalhos de suas próprias mãos os utensílios de que se servia para fazer
a comida, para guardá-la, para pisar o milho ou o peixe, moquear a carne,
espremer as raízes, peneirar as farinhas; os alguidares, as urupemas, as cuias,
as cabaças de beber água, os balaios.
Freyre, Gilberto
(1900-1987)
Casa-Grande & Senzala. 6 Edição.
Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora. 1950, p 259-260
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