O vento balançava as folhas e, se não fosse
a sacola protetora de pano, espalharia as sementes de fumo numa plantação
inútil.
As mulheres, que estavam curvadas, colhendo
as folhas com gestos cansados levantaram o corpo e se agitaram. Foram as
últimas a largar o trabalho, e uma delas era velha e enrugada, enquanto a
outra, que fumava um charuto de cinqüenta réis, era uma mulherona moça e forte.
Os homens já iam adiante e pareciam todos corcundas. Conduziam montes de folhas
de fumo, que dependuravam na frente das casas, resguardando do sol muito forte
e da chuva. As folhas que já estavam secas cediam o lugar às folhas
recém-chegadas que faziam aquela cortina em frente das casas dos trabalhadores.
Jorge Amado (1912-2001)
Jubiabá. São Paulo:
Companhia das Letras, 2008. p158,
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