Diante de cada grupo de caldeiras, um cartaz
adverte sobre o perigo. Perigo de fumar, perigo de se aproximar, perigo de
mexer. Perigo de morte. Perigo de ser carbonizado. E entretanto, homens
trabalham entre todos esses perigos, eles abrem e fecham válvulas, vigiam o
inferno das máquinas.
Mas este atrevimento é tão extenuante que,
de noite, estes homens descem titubeantes as escadas em caracol, embrutecidos
pelo calor, pelo barulho e pela tensão excessiva de seus nervos.
Com estes homens, com seu tormento e sua
vida não sonham nenhum dos imbecis que se envaidecem com “a maior refinaria da
Europa”.
Geo Bogza (1908-1993)
Années de Ténèbres.
Bucarest: Éditions Le Livre, 1995. p 62. Tradução minha
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