Chama-se cooperação a forma de trabalho em
que muitos trabalham juntos, de acordo com um plano, no mesmo processo de
produção ou em processos de produção diferentes mas conexos.
O poder de ataque de um esquadrão de
cavalaria ou o poder de resistência de um regimento de infantaria difere
essencialmente da soma das forças individuais de cada cavalariano ou de cada
infante. Do mesmo modo, a soma das forças mecânicas dos trabalhadores isolados
difere da força social que se desenvolve quando muitas mãos agem
simultaneamente na mesma operação indivisa, por exemplo, quando é mister
levantar uma carga, fazer girar uma pesada manivela ou remover um obstáculo. O efeito
do trabalho combinado não poderia ser produzido pelo trabalho individual, e só o
seria num espaço de tempo muito mais longo ou numa escala muito reduzida. Não se
trata aqui da elevação da força produtiva individual através da cooperação, mas
da criação de uma força produtiva nova, a saber, a força coletiva. Pondo de
lado a nova potência que surge da fusão de muitas forças numa força comum, o
simples contato social, na maioria dos trabalhos produtivos, provoca emulação
entre os participantes, animando-os e estimulando-os, o que aumenta a
capacidade de realização de cada um, de modo que uma dúzia de pessoas, no mesmo
dia de trabalho de 144 horas, produz um produto global muito maior do que 12
trabalhadores isolados, dos quais cada um trabalha 12 horas, ou de um trabalhadore
que trabalhe 12 dias consecutivos. É que o homem, um animal político segundo
Aristóteles, é por natureza um animal social.
[...] A cooperação é a forma fundamental do
modo de produção capitalista. Na sua feição simples constitui o germe de espécies
mais desenvolvidas de cooperação, e continua a existir ao lado delas.
Marx, Karl (1818-1883)
O Capital, Livro Primeiro, volume 1. Tradução
de Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1971, p
374-375 e 385
Adorei.
ResponderExcluirForça coletiva pra ti, Mana!
Leda, querida!
ResponderExcluirQue linda forma de ainda colaborar para que possamos entender ao enigma trabalho. Gratidão pela incansável paixão!!!
Abraços, Sandra Gemma FCA- UNICAMP