Não
digam que fui rebotalho,
que
vivi à margem da vida.
Digam
que eu procurava trabalho,
mas
sempre fui preterida.
Digam
ao povo brasileiro
que
meu sonho era ser escritora,
mas
eu não tinha dinheiro
para
pagar uma editora.
Carolina Maria de Jesus (1914-1977)
50 poemas de revolta. São Paulo:
Companhia das Letras, 2017. p75
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