[...] Escrever...é uma profissão ingrata;
com toda sinceridade, traz pouca satisfação. É excepcional ser capaz de dizer a
si mesmo: "Não está tão ruim, Blaise, até que ficou muito bom."
Tem-se essa satisfação muito raramente porque, quando se publica um livro, a
gente pensa principalmente em tudo o que deixou de fazer, tudo que não colocou
nele, tudo que queria ter colocado, tudo que acrescentaria para que ficasse
completo porque é tão difícil delimitar as coisas com a escrita e dizer tudo em palavras. Quando
livro está pronto, fica-se inevitavelmente decepcionado.
Cendrars, Blaise (1887-1961)
Os
escritores, 2. As históricas entrevistas da Paris Review; tradução de Luiza Helena
Martins Correia [et al.] São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p 103 e 106
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