Ficava a fábrica bem perto da casa grande. Um
enorme edifício de telhado baixo, com quatro biqueiras e em bueiro branco, a
boca cortada em
diagonal. Não sei porque os meninos gostam tanto das
máquinas. Minha atenção inteira foi para o mecanismo do engenho. Não reparei
mais em nada. Voltei-me inteiro para a máquina, para as duas bolas giratórias
do regulador. Depois comecei a ver os picadeiros atulhados de feixes de cana, o
pessoal da casa das caldeiras. Tio Juca começou a me mostrar como se fazia o
açúcar. O Mestre Cândido com uma cuia de água de cal deitando nas tachas e as
tachas fervendo, o cocho com o caldo frio e uma fumaça cheirosa entrando pela
boca da gente.
-É aqui onde se cozinha o açúcar. Vamos agora
para a casa de purgar.
Dois homens levavam caçambas com mel batido
para as formas estendidas em andaimes com furos. Ali mandava o purgador, um
preto, com as mãos metidas na lama suja que cobria a boca das fôrmas. Meu tio
explicava como aquele barro preto fazia o açúcar branco. E os tanques de mel de
furo, com sapos ressequidos por cima de uma borra amarela, me deixaram uma
impressão de nojo.
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