O mesmo espírito burguês que louva, como
fator de aumento da força produtiva, a divisão manufatureira do trabalho, a
condenação do trabalhador a executar perpetuamente uma operação parcial e sua
subordinação completa ao capitalista, com a mesma ênfase denuncia todo controle
e regulamentação sociais conscientes do processo de produção como um ataque aos
invioláveis direitos de propriedade, de liberdade e de iniciativa do gênio
capitalista. É curioso que o argumento mais forte até agora encontrado pelos
apologistas entusiastas do sistema de fé, contra qualquer organização geral do
trabalho social, seja o de que esta transformaria toda sociedade numa fábrica.
Na sociedade em que rege o modo capitalista
de produção condicionam-se reciprocamente a anarquia da divisão social do trabalho
e o despotismo da divisão manufatureira do trabalho.
Marx, Karl (1818-1883)
O Capital. Livro Primeiro, volume 1. Tradução
de Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1971, p 408.
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