Tebas, negro escravo
Profissão: alvenaria
Construiu a velha Sé
Em troca pela carta de alforria.
Trinta mil ducados que lhe deu padre Justino.
Tornou seu sonho realidade
daí surgiu a velha Sé
Que hoje é o marco zero da cidade.
Exalto no cantar de minha gente
A sua lenda, seu passado, seu presente.
Praça que nasceu do ideal
E braço escravo.
É praça do povo
Velho relógio, encontro dos namorados
Me lembro ainda do bondinho de tostão
Engraxate batendo a lata de graxa
E camelô fazendo pregão.
O tira-teima do sambista do passado
Bixiga, Barra Funda e Lava-Pés
O jogo da tiririca era formado
O ruim caía e o bom ficava de pé.
No meu São Paulo, oi lelê, era moda
Vamos na Sé que hoje tem samba de roda.
Geraldo Filme (1927-1995)
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