Aos
não-iniciados ou àqueles que aceitam as afirmações da Administração Científica
[do Trabalho] sem críticas, estudo de tempos é estudo de tempos, sempre com um
objetivo definido, um método invariável e com resultados que são da natureza do
exato e, portanto, conhecimento inquestionável. “O estudo dos tempos e
movimentos” diz o Sr. Taylor, “é o método científico acurado através do qual a
grande massa de leis que governam os melhores, mais fáceis e mais produtivos
movimentos do homem é investigada”. “Ele substitui, na determinação de todas as
condições de trabalho e pagamento, a opinião parcial por conhecimento exato”.
Isso implicaria[...] que a tarefa baseada no estudo de tempos seria definida com
precisão científica em referência às condições materiais, à capacidade dos
trabalhadores empregados e às justas demandas que podem ser feitas a seu
respeito. A cada trabalhador “é designada uma tarefa definida e por ele
executável”, aí considerando o fator humano e os atrasos legítimos. Os resultados
do estudo de tempo não seriam, portanto, um objeto legítimo de negociação, já
que participariam da natureza do fato científico objetivo, em cuja determinação
os preconceitos e opiniões dos homens não tomam parte. “[Querer negociá-los] seria
tão insensato quanto”, diz o Sr. Taylor, “insistir em negociar a hora e o lugar
do nascer ou pôr-do-sol”.
É justamente
em relação a isso, contudo, que o investigador imparcial se choca com a
diversidade dos chamados métodos de Administração Científica. Longe de tratarem
os problemas objetivamente, tal qual retratados, os métodos e resultados dos
estudos de tempos são, na prática, o esporte favorito do julgamento individual
e da opinião, sujeitos a todas as possibilidades de diversidade, imprecisão e
injustiça decorrentes da ignorância humana e do preconceito.
Hoxie, Robert Franklin (1868-1916)
Scientific Management
and Labor. New York: D. Appleton Company, 1915, 302 p. https://archive.org/details/scientificmanage00hoxiuoft/page/n11. Tradução minha
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