Perguntou-lhe [a Sócrates] alguém qual era, a seu ver, a
mais bela ocupação do homem:
─Bem fazer, respondeu.
Ajuntou-se:
─Haverá processo para bem fazer
as coisas?
─Não ─disse─. Acho
que fortuna e ação são coisas opostas. Tropeçar com o fortúnio sem procurá-lo,
eis o que chamo de sorte. Alcançar o sucesso pelo próprio mérito e diligência, eis
o que chamo haver-se às direitas, e vitoriosos me parecem os que assim procedem.
Estimáveis e caros aos deuses dizia os lavradores que bem trabalham a terra, os
médicos que bem exercem a medicina, os homens de Estado que bem dirigem a
política. E inúteis aos homens e malqueridos dos deuses os que nada fazem bem.
Xenofonte (430 a.C.-354 a.C.)
Xenofonte. Ditos e feitos memoráveis de
Sócrates. Tradução de Líbero Rangel de Andrade. São Paulo: Abril Cultural,
1985, p 118.
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